sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Coluna de um Caído do punk - por Flavio Solomon

O punk-hardcore ligando o foda-se para a balança.


A necessidade da porra de um moicano em pé para legitimar sua condição de punk rocker era muito recorrente na comunidade punk-hardcore, ao menos se ouvia falas em torno de questões como “A estética é importante para chocar a sociedade.” Sei lá, a minha interpretação é que o visual tradicional composto de jaqueta, rebites, cintos, balas, pacthes, moicanos somente serve para você passar perto de um canteiro de obras e algum operário da construção civil perguntar qual será o ponto de encontro do bloco de carnaval.


Nos últimos anos a questão da estética, palavra para disfarçar o ato de fazer graça para as “gatinhas”, voltou à tona. No meu ponto de vista de maneira mais vazia e babaca. Agora, o esquema é manter na estica, sempre bem arrumado, como nos encartes dos lp`s das bandas dos anos oitenta, mesmo que nem uma vitrola você tenha em casa. Não estou fazendo referência alguma ao visual bandana thrash tão bem representando pelos caras do Bandanos, uma excelente banda tanto no aspecto musical e na postura underground. To falando da nova condição imposta por garotos magros e corpos bem definidos vestindo camisetas apertadas e tudo mais. Não estou falando do FRESNO, aqui, comento sobre punk-hardcore cacete.

Damian Abraham - Vocalista da banda Fucked Up


Virou “arroz de festa” fazer a critica ao esquema do revival no punk-hardcore, mas nessa onda uma banda chamou a minha atenção, o Fucked UP. Enquanto a sonoridade está pautada em muita banda boa dos anos oitenta, o lado do visual, da estética sacana e babaca é deixado de lado. Onde o que é estabelecido como “belo” ou “feio” é deixado de lado. O punk-harcore é uma comunidade para todos, seja magrinhos em suas roupas apertas ou para os gordos peludos.

Flavio Solomon,

um punk rocker que ta ficando gordinho e colunista do Mau Humor Zine.

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